Juliano Farias
Executivo de growth
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Precisamos falar sobre saúde mental, redes sociais e internet

Pare um pouco e pense: você consegue ficar um dia inteiro sem suas redes sociais? E uma semana? Quantas horas no dia passa vendo stories, reels e vídeos do TikTok? Já deixou de acessar portais de notícias para se informar somente pelas plataformas como Facebook, Instagram, X, YouTube e TikTok? (Não estou colocando o LinkedIn no balaio, pois o objetivo da plataforma é diferente).

Em estudo recente a Opinion Box, em parceria com a Ter.a.pia, constatou que comparação, sentimento de inadequação e ansiedade são apenas alguns dos transtornos causados pelo uso excessivo das redes. Na pesquisa foram entrevistadas 2.119 pessoas de todas as regiões do Brasil, incluindo homens e mulheres. 

Tá, mas aí o leitor pode me perguntar: vai falar mal das plataformas quando trabalha com elas ou, muitas vezes, dentro delas? Calma, eu explico. Aqui o que precisamos levar em consideração é como e quanto se usa, o que e que tipo de conteúdo é consumido, como a enxurrada de informações que está ali te afeta e, ainda mais importante, como você lida com tudo isso.

Facilidade de acesso e falta de filtros

A globalização da internet traz, sem sombra de dúvidas, uma série de benefícios para a população mundial. Rapidez da propagação de informações, múltiplas fontes, quase que infinitas possibilidades de pesquisas, facilidade na aquisição de conhecimento e dados são só algumas delas. Porém, nem tudo são flores: com o acesso facilitado temos, por exemplo, o aumento das fake news (já fizemos artigos falando delas, clique aqui e também neste link para acessar), a disseminação de fatos sem checagem e a credibilidade do que é escrito, que deveria ser colocada em xeque pelo leitor, por vezes não é.

Cabe aos usuários das redes filtrar a informação recebida com base em seu repertório e, mais do que isso, verificar o que é real e bom do que pode influenciá-lo de maneira negativa ou enganosa.

Além da desinformação causada pelas notícias falsas, outro ponto de alerta é o mal que alguns conteúdos e influenciadores podem fazer. Vou citar um exemplo: você, mulher, deve com certeza seguir alguma personalidade que fale sobre saúde e bem-estar, não é mesmo? E não, não há nada de errado até aí. O problema é achar que o estilo “blogueira fitness” pode se encaixar na sua vida e ter o pensamento de que: “se ela consegue ter uma barriga chapada fazendo jejum intermitente e exercícios em casa, por qual motivo eu não conseguiria?”. Bom, aqui vale o alerta: ela não consegue ter o corpo dos sonhos só fazendo isso, acredite. E no fundo você sabe que não. Conquistar gomos na barriga leva tempo, dedicação, acompanhamento profissional, exercicíos físicos direcionados, uma dieta balanceada, horas de sono bem dormidas e etc, etc e etc. E digo mais, você pode fazer tudo isso e ainda não chegar ao corpo da influenciadora (irresponsável, na maioria das vezes). E por qual motivo? Você não vive disso, tem um biotipo diferente, possui outras prioridades e precoupações e, acima de tudo, vive uma vida que não é, nem de perto, igual a de ninguém. Portanto não se compare.

É importante lembrar sempre que as redes sociais são apenas um recorte da realidade. Geralmente esta pequena parte que é mostrada lá não reflete o todo. E o que é postado é, em sua imensa maioria, um bom acontecimento. Para alguém que é heavy user das plataformas e não está, por exemplo, passando por um bom momento na vida, consumir em excesso estes conteúdos super positivos pode destravar gatilhos de ansiedade, fazendo com que acredite que a vida de todo mundo é uma maravilha, enquanto a sua está em frangalhos. 

Isso sem falar no cyberbulling. Para quem tem pouco contato com o termo, ele é da língua inglesa e é utilizado para a prática agressiva de perseguições, intimidações e ameaças no ambiente virtual. Aí temos dados alarmantes: o Instituto de Pesquisas Ipsos revelou, por meio de um estudo, que o Brasil é o segundo país do mundo no ranking de cyberbullying, perdendo apenas para a Índia.

O levantamento, que entrevistou mais de 20 mil pessoas em 28 países, mostra que apenas 30% dos participantes que são pais ou responsáveis tiveram conhecimento de que os filhos se envolveram, ao menos uma vez, em casos de bullying online. 

Tratamento profissional

Voltando ao estudo citado no início deste artigo, da Opinion Box com a Ter.a.pia, uma em cada quatro pessoas que seguem influenciadores que falam de bem-estar e, consequentemente, saúde mental, já procurou ajuda profissional após ser impactado por algum conteúdo que leu ou viu nas redes. O impacto positivo das plataformas também é bastante significativo na nova geração. Entre os jovens (16 a 29 anos), buscar ajuda após ver um conteúdo digital é ainda mais comum: são 33%. Este número reforça ainda mais a transformação positiva que a internet pode causar, sendo decisiva para quem precisa de ajuda.

Por isso termino este artigo com um apelo: se você está precisando de ajuda, não tenha vergonha de procurar um profissional. Existem diversas maneiras, mas deixo aqui o link do Centro de Valorização da Vida, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, de maneira gratuita, atendendo 24h por dia por e-mail, telefone, ou chat com total e absoluto sigilo.

Fonte: pesquisa Opinion Box e Ter.a.pia

AUTOR DO TEXTO:
Fabíola Cottet
Sócia-diretora | Jornalista
É co-autora do livro "Em pauta: manual prático da comunicação organizacional", publicado pela Editora Intersaberes. Jornalista, especialista em assessoria de imprensa e gestão de crise.

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