Juliano Farias
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Jornalistas na ficção: a importância do profissional como contador de histórias

Num dia desses, assistindo a uma animação da Liga da Justiça num serviço de streaming, me peguei analisando a representação de Clark Kent e Lois Lane como jornalistas. Neste filme, em específico, são mostrados alguns momentos da rotina de trabalho dos dois personagens e como suas decisões na redação do Profeta Diário impactam a continuidade da narrativa do desenho. Além de ajudar a contar a história para quem está assistindo, as escolhas profissionais de Lois e Clark influenciam suas decisões como protagonistas e, como consequência, o andamento do roteiro e a conclusão do filme.

A dupla da DC Comics é apenas um exemplo dos inúmeros jornalistas que encontramos na ficção. De cabeça consigo lembrar da Rita Skeeter de Harry Potter, Michael Blomkvist de Os homens que não amavam as mulheres, Carrie Bradshaw de Sex and the City e, mais recentemente, a Lady Whistledown do sucesso da Netflix, Bridgerton. Para bem ou para mal, como personagens principais ou coadjuvantes, é interessante notar como comunicadores são comumente utilizados para mover e mudar a narrativa de diferentes histórias.

A Lady Whistledown, por exemplo. Mesmo não sendo a protagonista e nem mesmo uma personagem física da série (à priori), suas publicações impactam diretamente nas decisões e na vida dos demais personagens, além dela ser a narradora da história. No artigo O jornalista do cinema: representantes da profissão e do profissional do jornalismo em filmes do século XXI, João Victor Zabot Quartiero defende que a presença ativa do comunicador na ficção confere veracidade à trama, que, para mais ou para menos, é um representação do mundo real. “(…) esse profissional, mesmo quando figurante, pode vir de como a população o considera importante dentro da sociedade como propagador de informação”, completa.

Dentro do universo da Liga da Justiça, Clark e Lois representam papéis bastante diferentes do mesmo profissional. Enquanto um usa o trabalho como fachada para encobrir sua verdadeira identidade, o outro arrisca sua vida pelo jornalismo, escrevendo, inclusive, a história do super-herói. Foi Lois, aliás, que nomeou o kryptoniano para o público como “Superman”. Além disso, a corrupção e a vilania desvendadas pela jornalista muitas vezes são combatidas pelo homem de aço nos quadrinhos. Para o pesquisador, o casal entraria na categoria jornalista herói, em que surge a ideia de um profissional “extremamente altruísta e disposto a sacrificar a própria vida pessoal em prol da sociedade”. Michael Blomkvist de Os homens que não amavam as mulheres também compõe esse grupo.

Por fim, proponho o exercício de observarmos os jornalistas presentes nas obras de ficção. Qual o seu papel? Como ele ou ela é retratado(a)? Como os atributos da profissão são utilizados para mover a narrativa? De qual forma eles concedem aos outros personagens e a nós, espectadores, informações importantes sobre o contexto do próprio filme? 

Como explicado por Quartiero, entender a maneira que comunicadores são personagens tão recorrentes e importantes no cinema pode nos dizer algo sobre a importância dada pela população a esses profissionais.

AUTOR DO TEXTO:
Mariana Rosa
Jornalista | Assessora de imprensa
Jornalista com experiência em produção de conteúdo de comportamento, política e esporte. Atualmente, mestranda no Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da USP.

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